sábado, 7 de novembro de 2015

ITA criará laboratório de asas rotativas

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), instituição federal de ensino e pesquisa, firmou acordo de cooperação com a empresa norte-americana Sikorsky Aircraft, fabricante de helicópteros comerciais e militares, como o UH-60 Black Hawk e o S-92 Helibus.  O objetivo do acordo, firmado em fevereiro de 2015, é aperfeiçoar o curso de engenharia aeronáutica do ITA com disciplinas em asas rotativas, com apoio na criação e laboratórios relacionados ao assunto.  O Brasil é um dos maiores mercados de helicópteros do mundo e, portanto, necessita de profissionais com formação nesta área. No futuro, a cooperação poderá resultar em parcerias em projetos tecnológicos e de pesquisa. 
“O desejo da Sikorsky é contar com profissionais na área de asas rotativas no Brasil, por questões de mercado e de engenharia. E a intenção do ITA é formar engenheiros aeronáuticos em vários tipos de aeronaves, o que inclui helicópteros”, afirma o professor Bento Silva de Mattos, coordenador técnico do projeto no ITA.  “Helicópteros são máquinas especiais, que merecem uma disciplina dedicada e, por isso, houve um casamento de interesses”.
Apesar do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), que abriga o ITA, ter projetado e desenvolvido em 1952 um Convertiplano - um híbrido de helicóptero e avião em 1952, com motores e rotores na ponta das asas -, e o helicóptero Beija-Flor, dois anos depois, hoje são poucos os especialistas e técnicos com conhecimentos em asas rotativas no país.
“Contamos com a colaboração da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e de ex-alunos que atuam na área de helicópteros no Brasil para criar uma cultura sólida de asas rotativas no ITA”, sublinha Bento. É a partir dessa base, ele acrescenta, que futuramente poderão ser realizadas pesquisas na área de asas rotativas na instituição.
O acordo de cooperação com Sikorsky prevê apoio para a criação de uma disciplina em asas rotativas no currículo do ITA, para bolsas de estudos para projetos de graduação em tecnologia de helicópteros e para a criação de um Laboratório de Inovação para Asas Rotativas e um simulador de voo do S-76C++ que integrará o Laboratório de Simulação de Voo da Divisão de Engenharia Aeronáutica, “Este equipamento permitirá avançar bastante na área”, diz Bento.
O Laboratório de Inovação contará, inicialmente, com helicópteros aeromodelos, uma máquina de prototipagem rápida e uma máquina de corte a laser e outros “pequenos equipamentos”, segundo Bento. “O simulador S-76C++ comporá com o simulador do Beechcraft KinAir já disponível no Laboratório de Simulação de Voo, também instalado nas dependências do ITA”, afirma Bento.
O novo currículo estará disponível a partir do próximo semestre e o laboratório será concluído até o final de 2015. “Já estamos oferecendo matérias optativas na área de asas rotativas. Contaremos com equipes dedicadas a helicópteros também no curso obrigatório de projeto conceitual de aeronave. Além disso, um profissional da Sikorsky ficará uma semana no Brasil para ajudar no trabalho dos alunos”, conta Bento.
O uso de helicópteros já é parte integrante do transporte comercial, operações em plataforma offshore de petróleo e em missões militares no país, afirmou Antonio Pugas, vice-presidente da Sikorsky na América Latina, durante o evento da assinatura do acordo entre a empresa e o ITA. “A demanda por ativos de asa rotativa no país continua a crescer com a entrega de novos helicópteros avançados para as Forças Armadas”, ele completou.
A empresa tem planos de expandir suas atividades no Brasil e o acordo com o ITA seria a primeira etapa, seguida da implantação de um centro de manutenção no Vale do Paraíba, orçado em US$ 20 milhões, e uma linha de produção de helicópteros na mesma região, com investimentos previstos de US$ 150 milhões, de acordo com entrevista de Puga à revista Tecnologia & Defesa (tecnodefesa.com.br(link is external))
“A América Latina é muito importante em nossa estratégia de desenvolvimento, e queremos que o Brasil seja a nossa âncora. Existe aqui um potencial de mercado considerável. Não queremos apenas trazer helicópteros para o Brasil, mas contribuir com o desenvolvimento da indústria aeronáutica do país”, disse o vice-presidente da Sikorsky ao jornal O Vale

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