Equipe do Projeto Cachoeiras
“Semeando águas” é o nome do workshop que apresentará os resultados da primeira fase do Projeto Cachoeiras, que coletou informações sobre a água e a faixa da atmosfera logo acima do rio Paraíba do Sul. O evento acontece nesta sexta-feira (20/11), às 10 horas, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).
As informações foram obtidas durante a expedição de Pedro Oliva, canoísta de São José dos Campos e recordista mundial de salto em cachoeiras, que durante dois meses percorreu da nascente até a foz do rio coletando dados para avaliação de especialistas do INPE e instituições parceiras do projeto.
O Projeto Cachoeiras possui três vertentes: Ciência, Esporte e Sociedade. E o desafio científico é composto de duas fases: coleta de dados e análise. A primeira parte foi realizada ao longo da expedição, que realizou o levantamento de parâmetros hídricos e atmosféricos nos 1.136 km do curso do Paraíba do Sul. Agora começa a fase de análise de dados, coordenada pelos pesquisadores Luciano Pezzi e Felipe Pacheco, do INPE.
“As análises de amostras em laboratório e dos dados se estenderão pelos próximos meses e os resultados serão submetidos a revistas científicas nacionais e internacionais. Os resultados adquiridos nessa fase serão ainda usados em trabalhos de conclusão de curso, doutorado e de pós-doutorado de pesquisadores vinculados ao INPE e demais universidades participantes”, explica Luciano Pezzi.
Os dados obtidos na expedição servirão para avaliar, por exemplo, o impacto causado pela construção de represas e o papel das cachoeiras e corredeiras ao longo do rio. Para obter os dados, o caiaque de Pedro Oliva foi equipado com câmeras (vídeo e fotografia) e sondas para o registro de informações da água (temperatura, oxigênio, PH, entre outras), assim como recipientes para coleta de amostras em alguns pontos do rio.
Além disso, o atleta remou com o fio de um balão meteorológico amarrado a ele em alguns trechos do rio, registrando medidas do perfil vertical da atmosfera. Também havia no caiaque uma miniestação meteorológica automática para coletar as informações sobre o ar, como temperatura, vento, umidade e pressão.
“Este projeto é um exemplo de transferência de conhecimento e know-how do INPE. Há anos executamos programas envolvendo estudos sobre a interação oceano-atmosfera, fazendo amostragem a bordo de navios. As ideias e principalmente os equipamentos foram adaptados para serem utilizados a bordo do caiaque, que é uma excelente plataforma flutuante para realizar observações”, conclui o pesquisador do INPE.
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