terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Astrônomos Descobrem Galáxia Que Não Deveria Existir

Galáxia ultra-distante, que existia 400 milhões de anos após o Big Bang,
aponta para a fartura de matéria escura no Universo recém-nascido.


um artigo postado dia (21/12) no site da “Agência FAPESP”destacando que Astrônomos descobrem galáxia que não deveria existir.

Por Peter Moon
Agência FAPESP
21 de dezembro de 2015

Era uma vez uma galáxia muito, muito distante, que existia quando o Universo era muito, muito jovem, apenas 400 milhões de anos após o Big Bang.

Era uma galáxia muito antiga, a mais distante jamais observada. Seus raios de luz viajaram pelo espaço por mais de 13 bilhões de anos – 96% da idade do Universo ou três vezes a idade do Sistema Solar - até serem coletados pelos observatórios espaciais Hubble e Spitzer.

Aquela galáxia tão distante foi apelidada de Tainá, "recém-nascida", no idioma aimará, falado por povos andinos. A análise de sua luz revelou uma galáxia muito jovem e maciça, compacta e repleta de estrelas gigantes azuladas, uma galáxia que não deveria existir… pelo menos de acordo com o modelo atual da evolução do Universo.

Contra fatos e imagens não há argumentos. Sendo assim, muito embora Tainá não devesse existir, ela existe. Logo, quem está incorreta é a teoria, que parece precisar de ajustes, de acordo com o cosmologista madrilenho Alberto Molino Benito, pós-doutorando no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP).

Molino colaborou com o trabalho publicado no periódico The Astrophysical Journal. Seu pós-doutorado é apoiado pela FAPESP e supervisionado pela cosmóloga Claudia Mendes de Oliveira, que estuda a formação e a evolução das galáxias.

Apesar do poder tecnológico combinado do Hubble e do Spitzer, Tainá é tão distante e tão tênue que se torna invisível mesmo para aqueles poderosos observatórios. “Para detectar Tainá, nosso grupo teve que recorrer a técnicas sofisticadas, como a lente gravitacional”, um fenômeno previsto por Albert Einstein na sua Teoria Geral da Relatividade.

Segundo Einstein, a força gravitacional exercida por um corpo de grande massa, como um aglomerado de galáxias, distorce o espaço ao seu redor. Essa distorção acaba funcionando como uma monstruosa lente virtual (ou gravitacional), que deflete e amplifica a luz de objetos muito mais distantes posicionados atrás do aglomerado que se observa.

“Nós vasculhamos o espaço à procura de aglomerados de galáxias maciços que possam agir como lentes gravitacionais para conseguir observar objetos que não deveríamos enxergar de tão tênues”, explica Molino. No caso, os astrônomos usaram o aglomerado gigante de galáxias MACS J0416.1-2403, que fica a 4 bilhões de anos-luz da Terra. O aglomerado tem a massa de um milhão de bilhão de sóis. Essa massa descomunal funcionou como o zoom de uma câmera, tornando 20 vezes mais brilhante a luz de Tainá, posicionada exatamente atrás do aglomerado.

Uma vez que Tainá foi detectada, era preciso determinar sua distância. Para calculá-la, os astrônomos estudaram sua luz por meio de um recurso chamado “desvio para o vermelho fotométrico”.

Funciona deste jeito: quanto mais distante se localiza um objeto astronômico, menor é a frequência de sua luz que chega até nós. Em outras palavras, mais avermelhada a luz fica. Assim, calculou-se que Tainá ficava a 13,3 bilhões de anos-luz de distância da Terra. Sua luz viajou durante este tempo todo para chegar até nós. Vale dizer que observamos Tainá como ela era há 13,3 bilhões de anos, quando o Universo contava apenas 400 milhões de anos.

Estrelas Gigantes Azuis

A luz de um objeto distante não conta apenas sua localização, idade e distância. “Seu estudo pode revelar o tamanho da galáxia, sua massa, quantas estrelas ela possui e qual a proporção de estrelas jovens e velhas nesta população estelar. Quanto mais estrelas jovens, azuis e brilhantes a galáxia possui, mais jovem ela é”, explica Molino.

No caso de Tainá, trata-se de uma galáxia repleta de estrelas gigantes azuis muito jovens e brilhantes, prontas para explodir em formidáveis supernovas para virar buracos negros. Quanto ao seu tamanho, Tainá era similar à Grande Nuvem de Magalhães, uma pequena galáxia disforme que é um satélite da nossa Via-Láctea.

“400 milhões de anos é muito pouco tempo para a existência de uma galáxia tão bem formada”, diz Molino. “Os modelos mais recentes da evolução do Universo apontam para o surgimento das primeiras galáxias quando ele era bem mais velho.” Por mais velho, Molino entende um Universo adolescente de 1 bilhão de anos – não um recém-nascido de 400 milhões.

Só existe uma explicação para a existência de Tainá – a mais antiga das outras 22 galáxias muito tênues detectadas pelo estudo. “Elas só poderiam se formar tão rapidamente após o Big Bang se a quantidade de matéria escura no Universo fosse maior do que acreditamos”, pondera o cosmólogo.

Matéria escura é um tipo de matéria que compõe 80% da massa do Universo. Vale dizer, há cinco vezes mais matéria escura do que a massa de todos os 100 bilhões de galáxias do Universo observável. O problema é que esta matéria, como o nome indica, é escura, ou seja, invisível, ou melhor, desconhecida. Não sabemos do que é feita. Trata-se de uma das questões mais cruciais da cosmologia atual.

Há várias teorias para explicar o que seria matéria escura. Porém, como ela não interage com a luz, não conseguimos enxergá-la nem conhecer sua substância. Sabe-se apenas que a matéria escura existe devido à sua ação gravitacional sobre as galáxias. Não fosse a matéria escura, as galáxias já teriam há muito se estilhaçado. Sem matéria escura, o Universo não seria como o conhecemos. Talvez não existíssemos.

“A única explicação para Tainá existir e ser como era quando o Universo tinha 400 milhões de anos é graças à matéria escura, que deve ter acelerado o movimento de aglomeração de estrelas para a formação das primeiras galáxias”, explica Molino. “Se existe mais matéria escura, as galáxias podem se formar mais rápido.”

Não é possível pesquisar mais a fundo sobre Tainá e suas irmãs proto-galáxias no Universo recém-nascido, pois a tecnologia à disposição foi empregada até o seu limite. “Para saber mais, para enxergar melhor as primeiras galáxias e inferir a ação da matéria escura, temos que aguardar até 2018, quando será lançado o sucessor do Hubble, o telescópio espacial de nova geração James Webb”, diz Molino.

O James Webb terá um espelho de 6,5 metros de diâmetro, muito maior que os 2,4 metros do Hubble. Esse aumento de tamanho se traduz em aumento de acuidade. Molino e seus colegas contam com a sensibilidade do futuro telescópio espacial para continuar contando galáxias distantes e formar o maior banco de dados tridimensional do Universo. “Só assim poderemos confirmar como se processou a formação e evolução do Universo.”

O artigo Young Galaxy Candidates in the Hubble Frontier Fields, de Leopoldo Infante e outros, publicado em The Astrophysical Journal (DOI: 10.1088/0004-637X/815/1/18), pode ser lido em arxiv.org/abs/1510.07084.


Fonte: Site da Agência FAPESP

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Subsistema ACDH Desenvolvido no Brasil Pode Ser Qualificado, Se Aprovado o Satélite Amazônia-2

Segue abaixo uma notícia publicada na edição de nº 43 de dezembro de 2015do “Jornal do SindCT”, destacando que Subsistema ACDH pode ser qualificado, caso seja aprovado o projeto do Satélite Amazônia-2.

Subsistema ACDH Pode Ser Qualificado,
Se Aprovado o Satélite Amazônia-2

Construção do LABSIA, parceria INPE-DCTA, viabilizou salto tecnológico

Shirley Marciano
Jornal do SindCT
Dezembro de 2015

O país está prestes a concretizar um grande feito na área espacial: qualificar o Subsistema de Controle de Atitude e Supervisão de Bordo (Attitude Control and Data Handling, ACDH).

Brasil está hoje prestes a concretizar um dos maiores feitos de desenvolvimento tecnológico na área espacial: qualificar o Subsistema de Controle de Atitude e Supervisão de Bordo (Attitude Control and Data Handling, ACDH). Para chegar lá, será necessário que o governo federal dê aval à construção de um satélite genuinamente brasileiro, o Amazônia 2 — e, assim, finalmente, seja testado em voo o resultado de uma pesquisa de anos, que exigiu dedicação e perseverança, pois o cenário da pesquisa espacial sempre passou por muitos altos e baixos com relação a investimentos e continuidade dos projetos satelitais. O

ACDH ganha lastro porque no mundo não chega a dez o número de países que detêm essa tecnologia. Fundamentalmente, trata-se de um subsistema sensível, porque tem uso dual: serve para lançadores e satélites, mas também para armamentos, como mísseis teleguiados. Tecnologias que possuem essa peculiar natureza acabam sofrendo restrições de outros países, como, em especial, o International Traffic in Arms Regulations (ITAR), a legislação norte- -americana de controle de armamentos.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) espera a aprovação do Amazônia- 2 para poder embarcar os seus experimentos. Se tudo der certo, o país poderá dar esse importante salto tecnológico na área. “Estamos aguardando aprovação do Amazônia-2, totalmente brasileiro, mas temos expectativa de lançar também o satélite científico Equars (2018/2019)”, declara Leonel Perondi, diretor do INPE, ao Jornal do SindCT. Ele acredita que mesmo em um cenário de crise é necessário dar continuidade às atividades, porque paralisar pode significar perdas em parte do que já se avançou.

“É preciso seguir e dar passos mais ousados”, sustenta Perondi. “Houve diversas iniciativas no passado, sobretudo com a criação do CTA (depois DCTA), que trouxeram bons e importantes resultados, como a indústria aeronáutica. Numa época em que ninguém imaginava que tanta gente utilizaria avião, alguns visionários foram lá e fizeram, e era um período muito mais difícil”, relembra, referindo-se ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial.

“Hoje o país colhe excelentes resultados industriais por meio da Embraer. Acredito que a relação com os satélites deveria ser exatamente a mesma”, explica o diretor do INPE. O Projeto de Sistemas Inerciais para Aplicação Aeroespacial (SIA) é uma das grandes iniciativas no sentido de trazer esse desenvolvimento ao país.

Essa pesquisa começou em 2002 com o Laboratório de Simulação (LabSim), mas foi com a construção do Laboratório de Sistemas Inerciais (Lab- SIA), em julho de 2013, que se viabilizou um importante instrumento para fazer avançar as pesquisas na área. O próprio laboratório incorpora diversos desenvolvimentos. Não se trata somente das instalações físicas, mas de todo um complexo que permite testes, simulações e o próprio desenvolvimento do subsistema. O SIA está sob a coordenação do DCTA, em parceria com o INPE.

Telemetrias

“Acredito que estamos bem avançados. Agora falta qualificar o subsistema em voo. A minha parte é eletrônica do computador de bordo e os softwares, mas há vários outros itens que compõem o ACDH, e cada qual tem uma função que, por sua vez, é coordenada pelo computador através de um software específico”, ressalta Ronaldo Arias, servidor do INPE e mestre em Ciência Informática pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Ele explica que o ACDH tem a função de corrigir a posição do satélite (atitude), porque todas as partes têm uma posição pré-definida. “Os painéis solares, por exemplo, precisam estar voltados para Sol para gerar energia; e as câmeras, para baixo, para capturar as imagens da Terra”, no caso de satélite de sensoriamento.

É também função do subsistema o controle da posição do satélite em órbita, porque ele tem uma tendência de cair e reentrar na atmosfera da Terra com o passar do tempo. Perondi observa que o controle de órbita é realizado em solo, através das estações terrestres, que recebem as telemetrias (dados sobre as posições do satélite no espaço) e executam os telecomandos, que são as informações necessárias às devidas correções. Toda essa comunicação parte de computadores e antenas terrestres e chega às antenas e computadores embarcados, e vice- -versa.

O controle de atitude, no entanto, é realizado automaticamente do espaço, por meio de uma programação prévia que ocorre antes de o satélite subir. As informações sobre a posição do satélite são capturadas por sensores de estrela, solar, giroscópio, receptor GPS e magnetômetros, que executam essa função por georreferência e, por meio de uma interface com o computador de bordo, enviam os comandos para os atuadores (executores: rodas de reação, propulsores e magnetorquer), os quais, por sua vez, emitem os comandos para correção.

Para manter o satélite em órbita, ele deve ser acelerado de tempos em tempos por um jato de propelente. Em 2011, o então diretor do INPE, Gilberto Câmara, adquiriu o ACDH da INVAP, estatal argentina, pelo valor de R$ 47,5 milhões, para o Amazônia-1, primeira missão baseada na Plataforma Multimissão (PMM).

Houve muitas discordâncias por parte de técnicos e engenheiros do INPE, que à época estavam envolvidos com o projeto nacional de ACDH.

Eles queriam que fossem utilizadas as pesquisas que estavam em andamento. A PMM ainda não voou: a finalização está programada para 2017 e o lançamento para 2019. Ou seja, o subsistema brasileiro poderia ser qualificado hoje, utilizando este satélite, se não tivesse havido tanta pressa para aquisição de uma tecnologia estrangeira.


Fonte: Jornal do SindCT - Edição 43ª - dezembro de 2015

Satélite SGDC Brasileiro Ingressa na Fase de Integração e Testes

Segue abaixo uma notícia publicada hoje (22/12) no site “Defesanet.com”destacando que o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) brasileiro ingressou na Fase de Integração e Testes.

Satélite Geoestacionário Brasileiro
Ingressa na Fase de Integração e Testes

Defesanet.com
22 de Dezembro, 2015 - 11:00 ( Brasília )

A Visiona Tecnologia Espacial, responsável pela integração do sistema SGDC (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas) anuncia a conclusão de mais um marco importante no desenvolvimento do programa.

No último dia 14, nas instalações da Thales Alenia Space, fornecedora do satélite do sistema SGDC, foi realizada com sucesso a junção entre a plataforma do satélite e o módulo de comunicação (carga útil), marcando assim o início da campanha de integração e testes.

“O programa continua avançando conforme o planejado e em linha para o lançamento em 2016. Nos próximos meses, o satélite passará por uma bateria de testes que simularão o ambiente de lançamento e espacial, além de testes funcionais”, disse Eduardo Bonini, presidente da Visiona.

Com o sistema SGDC, o Brasil pretende não só conquistar a soberania em comunicações estratégicas civis e militares, como ampliar o acesso à banda larga de internet para todo o território nacional.

A Visiona Tecnologia Espacial S.A. é uma empresa dos grupos Embraer e Telebras, controlada pela Embraer e constituída com o objetivo inicial de atuar na integração do sistema do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) do governo brasileiro, que visa atender às necessidades de comunicação satelital do Governo Federal, incluindo o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) e um amplo espectro de comunicações estratégicas de defesa.

A Visiona tem também como objetivo atuar como empresa integradora de satélites, com foco nas demandas do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE/AEB) e do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE/FAB).


Fonte: Site Defesanet.comhttp://www.defesanet.com.br

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

DEPOIS DE 38 ANOS NATAL TERÁ LUA CHEIA ESTE ANO

Brasília, 18 de dezembro de 2015 – Neste ano o Natal será de Lua Cheia. Isso não ocorre desde 1977. A próxima ocorrência será daqui a 19 anos, em 2034, segundo a Agência Espacial Norte-America (Nasa).
A Lua Cheia de dezembro, que é a última do ano, é chamada no hemisfério norte de Lua Cheia Fria. Isso porque ocorre no começo do inverno naquela região.
Segundo a Nasa, o pico da Lua Cheia no dia de Natal será às 9h11 pelo horário de Brasília.
“Quando olhamos para a Lua numa ocasião dessas, vale lembrar que ela é mais do que um corpo celeste vizinho”, diz John Keller, cientista da Nasa. “A história geológica da Lua e da Terra são intimamente ligadas, de modo que a Terra seria um planeta totalmente diferente sem a Lua”.
Fonte: G1

AEB TEM NOVO CHEFE NA ASSESSORIA DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Brasília, 18 de dezembro de 2015 – O secretário do Ministério das Relações Exteriores (MRE), André João Rypl, assumiu na quinta-feira (17), a chefia da Assessoria de Cooperação internacional (ACI) da Agência Espacial Brasileira (AEB). Ele substitui o jornalista José Monserrat Filho, que ocupou a função desde 2012.
Rypl trabalhou por quatro anos na Divisão do Mar da Antártica e do Espaço, onde foi responsável por assuntos de cooperação bilateral e multilateral, que envolve assuntos relacionados à política espacial brasileira.
O novo chefe se diz empolgado com os desafios e espera contribuir com o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro. “Acredito que as experiências que tenho com diversos órgãos e agências internacionais, possam auxiliar no avanço dos projetos de cooperação internacional da AEB”, ressalta.
Formado em Administração, Rypl é natural de Novo Hamburgo, cidade metropolitana do (RS). Trabalhou como químico, diretor e professor de uma escola de língua inglesa.
Coordenação de Comunicação Social (CCS-AEB)
Foto: Valdivino Jr/AEB

ASTEROIDE PASSA PELA TERRA NA VÉSPERA DE NATAL

Brasília, 18 de dezembro de 2015 – Depois de Spooky, o Asteroide do Halloween, chega a informação de outro objeto celestial que se aproximará da Terra.
O asteroide nominado 2003 SD200, também conhecido como asteroide 163899, se aproxima da Terra no próximo dia 24, véspera de Natal. A distância calculada pelos especialistas é de 28 vezes maior que a existente entre a Lua e a Terra. Portanto, segundo a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), não há qualquer ameaça ao nosso planeta.
Descoberto em 2003, o asteroide será visível apenas para astrônomos profissionais e amadores, que poderão capturar excelentes imagens da pedra espacial gigante.
Talvez a única coisa digna de nota sobre o asteroide, além de sua visita no Natal, seja seu tamanho. As primeiras estimativas colocavam-no entre 1,1 e 2,5 quilômetros de comprimento, mas observações mais recentes consideram que o valor deve ficar próximo de 2 quilômetros.
Atualmente, o 2003 SD220 se move a uma velocidade de 28,16 km/s, e aparentemente está numa rotação bem lenta de cerca de uma semana. Segundo cálculo de astrônomos o asteroide retornará às proximidades da Terra em 2018. A Nasa informa que ele não representa uma ameaça ao planeta nos próximos dois séculos, no mínimo.
Ao contrário do que afirmam algumas matérias que saíram na imprensa, o asteroide não causará terremotos no planeta quando estiver no ponto de aproximação máxima. Mesmo se o 2003 SD220 fosse passar mais perto, é muito duvidoso que o resultado seria um terremoto. Na verdade, não há evidência científica alguma de que o sobrevoo de um asteroide possa causar qualquer atividade sísmica, a menos que colida com a Terra, mas claramente não é este o caso aqui.
O asteroide está na lista de objetos potencialmente acessíveis a humanos. Por isso, astrônomos dos observatórios de Arecibo, em Porto Rico, e de Goldstone, na Califórnia, monitoram o asteroide nas próximas semanas.
Fonte: EarthSky

domingo, 20 de dezembro de 2015

Vereadores de Bauru Solicitam à Rússia Cápsula Usada Pelo Astronauta Marcos Pontes

Segue agora uma pequena nota postada dia (16/12) no site da Rádio Auriverde destacando que Vereadores de Bauru solicitaram ao Governo da Rússia a cessão da cápsula da “Missão Centenário”.

Rádio Auriverde
16/12/2015 - 17:26

Os vereadores de Bauru assinaram um documento solicitando ao governo da Rússia, a cápsula da astronave utilizada pelo astronauta Marcos Pontes no ano de 2006.

De acordo com Marcos Pontes, a proposta é que se torne um ponto turístico para a cidade, somando com a estátua que já existe no Aeroclube.


Fonte: Site da Rádio Auriverde -  http://radioauriverde.com.br/

Debate Revê Erros do PEB e Sugere Nova Estratégia e “Decisões Claras”

                                Modus Operandi do GTI-Setor Espacial Recebeu Críticas

Da redação
Jornal do SindCT

Dezembro de 2015


Os especialistas José Nivaldo Hinckel, da área de propulsão; Amauri Silva Montes (câmeras); e José Bezerra Pessoa Filho (área térmica de foguetes) expuseram falhas do programa e pediram mudanças. O SindCT realizou no dia 26 de novembro o debate intitulado “Análise e alternativas para o Programa Espacial Brasileiro”, que procurou mobilizar e envolver as comunidades do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

O evento teve por objetivo formular um diagnóstico do Programa Espacial Brasileiro (PEB), bem como propor alternativas para que ele volte a ter a importância estratégica que teve no passado. As propostas e análises apresentadas no evento serão sistematizadas e encaminhadas, como subsídio dos profissionais da área, ao Grupo de Trabalho Interministerial do Setor Espacial (GTI-Setor Especial), criado por portaria dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Defesa (MD), no início de outubro (sobre o GTI, leia Jornal do SindCT 41, p.7). Na década de 1980 o PEB viveu seu auge, tanto em termos do número de profissionais que atuavam no setor quanto em termos dos recursos aplicados, em função da chamada Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) — que previa a colocação de um satélite nacional em órbita da Terra, por meio de um foguete igualmente nacional, lançado a partir do território brasileiro.

Atualmente, porém, o PEB enfrenta momentos difíceis, seja em razão da perda constante de servidores nos institutos públicos responsáveis pelas atividades espaciais no país, INPE e DCTA; seja pela carência de projetos e recursos; seja, principalmente, em decorrência da crise de governança do setor espacial, que aponta para a necessidade de um novo Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), composto pelo conjunto dos órgãos responsáveis pela organização e execução das atividades do PEB. Participaram do debate de 26 de novembro, a convite da direção do SindCT, três profissionais do INPE e DCTA que possuem experiência no desenvolvimento de sistemas espaciais: José Nivaldo Hinckel, especialista na área de propulsão; Amauri Silva Montes, especialista em câmeras para uso espacial; e José Bezerra Pessoa Filho, especialista na área térmica de foguetes. A mesa de abertura contou com a presença do coronel Augusto Otero, diretor interino do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e representante do DCTA. “

Agradeço a oportunidade e parabenizo a iniciativa do Sindicato. Precisamos revitalizar os institutos para não viver de passado e construir o futuro. A ideia de criar o GTI é buscar pacificar, por exemplo, os conflitos entre os programas PNAE e PESE, entre tantas outras questões”.

Sérios Problemas

Houve consenso entre os expositores quanto à situação crítica em que se encontra o PEB. Há sérios problemas relacionados à estratégia a ser adotada pelo país na área espacial. Bezerra lembrou que o Plano Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) 2005-2014, por exemplo, documento que consolidou as atividades a serem realizadas pelo país na área espacial no período assinalado, “previa o lançamento de oito satélites nacionais, por meio de lançadores nacionais, no período 2007-2014, mas nenhuma dessas missões se consolidou”.

O Brasil cometeu erros sérios, na avaliação dos expositores, no que diz respeito a algumas ações estratégicas do programa espacial. Foi o caso da participação brasileira na Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês), programa da NASA, agência espacial americana, em cooperação com agências espaciais europeias. O episódio drenou os parcos recursos do PEB e o país não conseguiu cumprir a entrega dos itens relativos à sua contrapartida. Restou, ao final, apenas o envio do primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes, à ISS — ainda assim, na qualidade de passageiro da nave russa Soyuz, já que os voos da NASA haviam sido interrompidos após a explosão da nave Columbia em 2003.

Outro erro ainda mais grave, na avaliação dos expositores, foi a decisão de se criar a empresa binacional. Alcantara Cyclone Space (ACS), no âmbito da cooperação entre Brasil e Ucrânia. A joint-venture apoiou-se na justificativa de que haveria um nicho comercial ainda não explorado por outros países: o lançamento de satélites de pequeno a médio porte (até 1.500 kg), em órbitas baixas (até 700 Km). A Ucrânia forneceria seu foguete Cyclone-4, e o Brasil disponibilizaria uma base de lançamento para os foguetes a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

O país investiu cerca de R$ 1 bilhão neste projeto, o qual acabou por mostrar- -se totalmente inviável do ponto de vista econômico, e a cooperação foi finalmente interrompida. Hinckel foi taxativo sobre a ACS: “É inexplicável o mito, no Brasil, de que haveria um nicho onde o país pudesse atuar na área espacial com alguma vantagem comparativa em relação aos outros países”.


Tarefa Difícil

Bezerra, por sua vez, informou que existem hoje cerca de 1.300 satélites em operação na órbita da Terra, dos quais 42% pertencem aos EUA, 11% à China e 10% à Rússia, dados que revelam a grande concentração de lançamentos por esses países.

Ele também mostrou que o mercado mundial de foguetes, satélites e serviços baseados no uso do espaço movimentou, só em 2013, US$ 195 bilhões, divididos da seguinte maneira: 61% em serviços baseados em satélites (principalmente telecomunicações), 28% em equipamentos de solo para recepção desses serviços, 8% na fabricação de satélites, e apenas 3% na fabricação de foguetes.

Ou seja: o percentual do montante de recursos do mercado espacial global, empregado especificamente na fabricação dos foguetes, é muito baixo, em que pese ser esta, de todos os sistemas envolvidos, a parte talvez mais complexa e de difícil domínio pelos países. “Estes números mostram que projetar e fabricar foguetes é tarefa difícil, envolve investimentos altíssimos, muito tempo de desenvolvimento, e seu retorno é pequeno se comparado com outros segmentos da área espacial.

No entanto, sem foguete, não se teria como colocar os satélites em órbita, e não haveria os serviços baseados no uso do espaço”, disse Bezerra. Apesar dos erros cometidos, e de o PEB estar vivendo um momento complicado, Bezerra acredita que seu legado é significativo: “Nestas mais de cinco décadas de atividades espaciais o Brasil conseguiu formar duas gerações de técnicos altamente especializados, consolidar instituições e laboratórios, desenvolver satélites e vários de seus subsistemas, qualificar uma família de foguetes de sondagem, fazer dois voos do VLS-1, criar dois centros de lançamento, estabelecer um parque industrial respeitável, criar vários cursos de graduação e pós-graduação dedicados à área espacial, bem como prestar muitos serviços à sociedade baseados no uso do espaço; isso definitivamente não é de se desprezar, apesar de reconhecer que ainda temos muito o que avançar”.

Já para Montes “o PEB só faz sentido quando possibilita, de forma eficaz, o domínio da alta tecnologia, a qual é essencial para o país, tanto sob o ponto de vista de desenvolvimento, como de soberania e defesa”. A fabricação de satélites e especialmente de foguetes é uma atividade de alto custo e risco, que requer força de trabalho altamente qualificada e longo tempo de maturação das tecnologias utilizadas, o que a tornaria, do ponto de vista estritamente econômico, praticamente inviável no estágio de desenvolvimento em que o Brasil se encontra.

“A conclusão é que, se o objetivo for apenas ter acesso aos serviços baseados no uso do espaço, como telecomunicações, observação da Terra, etc., o melhor a se fazer, do ponto de vista econômico, seria adquirir estes serviços junto aos países que já detêm esta tecnologia”, avaliou Montes. “No entanto, o país precisa entender que o que está em jogo é algo muito maior: a capacidade de acesso autônomo ao espaço, de forma a produzir suas próprias informações e serviços, além de dominar todas as tecnologias estratégicas envolvidas nesta empreitada”. Coordenador-geral da Engenharia e Tecnologia Espacial (ETE-INPE), Montes criticou o formato do PNAE.

“É um documento bonito, mas não tem metas e objetivos”. Reconheceu que existe um problema de governança, mas notou que apesar disso houve avanços robustos, em especial com relação aos CBERS-3 e 4. “Embora haja uma divisão de tarefas com os chineses, nós sabemos praticamente tudo. Apenas não fizemos ainda o Subsistema de Controle, mas por falta de oportunidade”. E acrescentou, provocativamente: “E por que fazemos com os chineses se dominamos a tecnologia?

É uma forma de garantir a continuidade, porque se atrasar algo, os chineses vão ao Itamaraty [Ministério das Relações Exteriores] cobrar satisfação”.

Decisões Claras

O futuro do PEB depende de o governo adotar decisões claras quanto ao que se quer de seu programa espacial, advertiu Hinkel. “A decisão de se ter um programa espacial autônomo não é simples, pois requer atuação de longo prazo, capacidade técnica e gerencial para lidar com atividades complexas, infraestrutura dedicada e de alto custo, além de ritmo de produção e operação capaz de utilizar racionalmente estes recursos”, observou.

“Diferentemente do que muitos podem imaginar, monitoramento de desmatamento da Amazônia, por si só, não justifica nem sustenta um programa espacial. Isto é apenas uma parte. Teria que haver satélites de comunicação e ter autonomia em órbitas baixa, polar e geoestacionária”. A declaração causou polêmica no evento, sendo rebatida pela pesquisadora Thelma Krug, responsável pela Assessoria de Cooperação Internacional do INPE e recém eleita vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), grupo ligado à Organização das Nações Unidas (ONU).

Thelma destacou que o trabalho desenvolvido pelo Brasil na área de monitoramento e controle de áreas desmatadas na Amazônia Legal é elogiado no mundo inteiro, e vem abrindo portas para que o país seja ouvido e respeitado nos fóruns internacionais que se dedicam ao estudo do aquecimento global. Ainda segundo a pesquisadora, o país já vem recebendo verbas consideráveis para financiar projetos ligados ao meio ambiente, e estas verbas podem contribuir para o financiamento de missões na área espacial.

Por fim, foi lembrada no debate a maneira nada transparente com que os trabalhos do GTI-Setor Espacial vêm sendo conduzidos pelas direções do INPE e DCTA, uma vez que nem mesmo a Portaria que criou este colegiado tem sido respeitada. Até o fechamento desta edição, passados dois meses da publicação da Portaria, os nomes para compor o grupo não foram oficializados. Além disso, sabe-se que representantes das direções dos dois institutos vêm se reunindo de maneira informal desde antes da publicação da Portaria, debatendo assuntos que terão impacto direto na vida dos profissionais que atuam no setor. No entanto, a comunidade do INPE e DCTA está sendo excluída dessas discussões.

“O MAPA DO CAMINHO PARA O PEB” PROPOSTO POR NIVALDO HINCKEL

* Ritmo de lançamento de 2 a 4 foguetes de sondagem/ano

* VLS/VLM: conduzi-los em caráter tecnológico até o lançamento orbital

- primeiro voo orbital em 4 anos

- 4 a 8 missões em 10 anos

- dispor de um foguete operacional, com propulsão líquida e capacidade de até 3 t. em órbita baixa dentro de 12 anos

- migração para um foguete maior, com capacidade de 6-8 t, em órbitas baixa e geoestacionária, num prazo de 20 anos

* Nacionalização progressiva da tecnologia utilizada

* Estabelecer cooperações na área espacial com países da América do Sul


Fonte: Jornal do SindCT - Edição 43ª - dezembro de 2015

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

FAPESP e Finep lançam edital de R$ 25 milhões para incentivar indústria espacial


A FAPESP e a Financiadora de Estudos e Projetos  (Finep) abriram seleção pública do Programa PIPE/PAPPE Subvenção para apoiar pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias e produtos para aplicações espaciais. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) busca fazer com que o Brasil obtenha autonomia em todo o processo que envolve o desenvolvimento, a integração, o lançamento e o controle de satélites.

Os recursos alocados para financiamento do edital são da ordem de R$ 25 milhões, sendo 50% com recursos da Finep e 50% com recursos da FAPESP.

Podem participar microempresas, empresas de pequeno porte, pequenas empresas e médias empresas brasileiras, sediadas no Estado de São Paulo, constituídas, no mínimo, 12 meses antes ao lançamento do edital.

As empresas deverão demonstrar contrapartida economicamente mensurável em itens de despesa relacionados com a execução de atividades de pesquisa e desenvolvimento, os quais devem ser descritos no projeto.

As propostas submetidas serão enquadradas e deverão seguir as normas do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

Os desafios tecnológicos propostos no edital estão divididos em sete grandes grupos:
1) Instrumentos embarcados da missão EQUARS;
2) Eletrônica e óptica espacial;
3) Propulsão;
4) Transponder digital e antena;
5) Suprimento de energia;
6) Integração de sistemas;
7) Controle de atitude e órbita. 

O prazo de execução do projeto deverá ser de até 24 meses. O prazo para entrega da proposta termina em 4 de abril de 2016.

A seleção pública está disponível emwww.fapesp.br/9961

(Com informações da FAPESP)

DERRETIMENTO DO GELO FAZ A ROTAÇÃO DA TERRA SER MAIS LENTA NESTE SÉCULO


Brasília, 15 de dezembro de 2015 – Com o derretimento de camadas de gelo, a rotação da Terra está ficando mais lenta, e isso fará com que nossos dias fiquem um pouco mais longos ao longo do tempo. A conclusão é de um estudo feito pela Universidade de Harvard, dos Estados Unidos, e publicado na Science Advances.
Segundo os autores, a redução das geleiras está afetando a taxa de rotação e inclinação axial da Terra, ao redistribuir a água resultante do degelo glacial e espalhando-a pelo mundo. Como a água muda dos polos em direção ao Equador, o centro do planeta está ficando um pouco mais amplo. E este “cinturão” maior está fazendo com que a Terra seja “freada” – da mesma forma que um patinador abre os braços para diminuir sua velocidade durante um giro.
Os pesquisadores calculam que um dia na Terra já ficou um milissegundo mais longo no último século – e que teremos cinco milissegundos a mais no dia em 2100. Como este acréscimo de milissegundos aos dias, estamos lentamente passando por mudanças em outros processos naturais, como o “cabo de guerra” gravitacional entre a Terra e a Lua, e mudanças na rotação do centro da Terra.
Fonte: GizModo Brasil

EDITAL APOIA PESQUISAS ESPACIAIS DE EMPRESAS PAULISTAS


Brasília, 15 de dezembro de 2015 – A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), no Rio de Janeiro, e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) lançaram, nesta segunda-feira (14), edital voltado para o desenvolvimento de tecnologias e produtos para aplicações espaciais.

Só podem participar da seleção empresas sediadas no estado de São Paulo e estabelecidas pelo menos 12 meses antes do lançamento da chamada.

Com valor de R$ 25 milhões, o edital se insere nos programas de Apoio à Pesquisa em Empresa (Pappe Subvenção), da Finep, e Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da Fapesp. Cada instituição concederá 50% dos recursos.

Os desafios tecnológicos indicados na chamada estão divididos em sete grandes grupos: Instrumentos embarcados da missão Equars; Eletrônica e óptica espacial; Propulsão; Transponder digital e antena; Suprimento de energia; Integração de sistemas e Controle de atitude e órbita.

Um dos objetivos do edital é desenvolver processos e serviços inovadores para que os produtos possam ser inseridos no mercado.

O prazo de execução do projeto deve ser de até 24 meses, e o prazo para entrega da proposta termina em 4 de abril.

Fonte: Finep

BRASILEIROS PARTICIPAM DE PROJETO INTERNACIONAL DE ASTRONOMIA


Brasília, 17 de dezembro de 2015 – Um acordo firmado entre o Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA), o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e a an Academic Network at São Paulo (ANSP) permitirá a participação de pesquisadores brasileiros no projeto Large Synoptic Survey Telescope (LSST).
O Memorando de Entendimento assinado em setembro último pelas instituições prevê investimentos em conexões de fibra óptica, ampliando a ligação entre as Américas do Sul e do Norte. Além disso, um grupo de 50 brasileiros participará do projeto, considerado revolucionário para a astronomia.
O LSST é um telescópio em construção em Cerro Pachón, no Chile, com previsão para entrar em operação em 2022. Somando R$ 1 bilhão em investimentos, o LSST terá capacidade para fazer o mapeamento de quase metade do céu em cinco filtros por um período de dez anos.
O telescópio, com 8,4 metros de diâmetro, cobre um campo de quase dez graus quadrados, podendo mapear toda a região do céu ao qual tem acesso em apenas algumas noites. Sua câmera consiste em um mosaico de CCDs com 3,2 bilhões de pixels, e cada exposição cobre uma área correspondente a 40 vezes o tamanho da Lua cheia.
A cada noite serão acumulados 15 terabytes (TB) de dados, os quais devem ser transmitidos para diferentes centros para redução e análise, inclusive no Brasil. O sistema fornecerá aos astrônomos uma visão dinâmica do Universo, onde variações de posição ou fluxo de objetos celestes serão registrados em intervalos de poucas noites.
Detalhamento – A estimativa é que o LSST gere 10 milhões de alertas destas variações a cada noite. Estas variações serão classificadas, e os casos mais interessantes serão observados em outros telescópios para análise mais detalhada. Ao término de dez anos, o levantamento terá informações sobre 37 bilhões de estrelas e galáxias, explorando um volume de espaço sem precedentes e gerando 100 petabytes (PB) de produtos.
Com os dados do LSST, os cientistas vão explorar o sistema solar, estudar a estrutura de nossa galáxia e a formação e evolução de estruturas do Universo, além de determinar as propriedades da matéria e energia escura que o permeiam, sendo esta última responsável pela expansão acelerada do mesmo.
Este projeto apresenta grandes desafios na área de Tecnologia da Informação para gerenciar a transferência, processamento, armazenamento, análise e exploração científica da grande quantidade de dados que será gerada de forma ininterrupta.
Esta é uma questão de Big Data que começa a ser enfrentada de forma sistemática pelo projeto procurando novas soluções para as áreas de comunicação em rede, processamento de alto desempenho e desenho de banco de dados, nas quais a equipe brasileira também participará.
A infraestrutura de conectividade via fibra óptica disponibilizada pela RNP e ANSP permitirá a transferência de dados entre Chile e Estados Unidos por meio do Brasil alcançando taxas de 100 gigabytes por segundo (Gbps).
A ANSP será responsável pela operação da conexão entre Santos (SP) e Boca Raton (Flórida, EUA). A RNP proverá a conexão entre Santiago (Chile) e São Paulo (SP). Esta contribuição da ANSP e RNP foi reconhecida pelo Conselho de Administração do LSST como contrapartida para a participação de 10 pesquisadores seniores e mais quatro juniores associados a cada um deles, totalizando 50 pesquisadores com acesso irrestrito aos dados do levantamento.
Pelos termos do acordo o LIneA e o LNA são responsáveis por organizar o processo de seleção deste contingente de pesquisadores nacionais, denominado LSST Brazilian Participation Group (BPG -LSST).
Fonte: MCTI